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GLP é alternativa econômica para aquecimento de asfalto

Segundo especialistas, técnica é mais barata que as demais, além de não gerar resíduos e não precisar de limpeza

A renovação do asfalto de Fortaleza tem sido, nos últimos anos, uma das principais demandas estruturais da cidade, ganhando ainda mais relevância nesta reta final de preparação para a Copa do Mundo de 2014, que colocou a Capital em um processo de constante crescimento. No entanto, para que isto aconteça, uma nova fonte de aquecimento do asfalto é apontada por especialistas como a mais vantajosa e econômica: o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), também conhecido como gás butano.

Demanda por asfaltamento é cada vez maior na Capital e deverá crescer mais com as obras focadas em estruturar a cidade para a Copa FOTO: ALEX COSTA

A técnica está sendo abordada nesta semana por representantes da Nacional Gás, líder do mercado no Estado, durante a ExpoPavimentação, que começou ontem e vai até amanhã, no Centro de Eventos do Ceará.

Tendência

O professor Roberto Menescal, coordenador do Núcleo Tecnológico de Combustão (NTC), da Universidade de Fortaleza (Unifor), e também do curso de Engenharia em Petróleo e Gás da mesma instituição de ensino, acredita que as pistas da Capital estão muito degradadas e que há uma necessidade urgente de recapeamento, e, para isso, a utilização do gás para aquecimento em pavimentações é a melhor alternativa. “Ainda não é a técnica mais comum, mas está se tornando a de uso frequente, graças a um trabalho que vem sendo desenvolvido pela Nacional Gás em parceria com o NTC da Unifor, há quase 10 anos”, disse.

Segundo Menescal, o GLP consegue atingir temperaturas que variam entre 100ºC e 135ºC, níveis ideais de aquecimento.

Ecologicamente correto

Mário Wellington Terazzo, gerente nacional de relacionamento institucional da Nacional Gás, ressalta também que tal técnica é um produto que não gera resíduos, portanto, não tem restrições por parte de nenhum órgão ambiental, além de não ser necessário que seja feito nele nenhum tipo de limpeza. “O gás LP tem um rendimento superior em 15% se comparado com o óleo BPF. Além disso, não precisa de pré-aquecimento”, afirmou Terazzo, que também citou que cinco quilos de gás são capazes de aquecer 1 ton de asfalto.

Frota de veículos

Além da expansão de infraestrutura da cidade, outro importante fator faz com que o recapeamento de Fortaleza seja tratado de maneira prioritária: o aumento da frota de veículos.

Entre 2001 e 2011, o total de automóveis passou de 331.075 para 628.039. Isso representa um aumento de 89,7%, ou seja 296.964 carros a mais na Capital, de acordo com pesquisa feita pelo Observatório das Metrópoles que usa dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). No ranking do crescimento relativo ao número de automóveis nas metrópoles brasileiras, Fortaleza ficou em oitavo de um total de 12 cidades.

Em primeiro lugar, ficou Manaus e em último a capital do Rio de Janeiro. Levando em consideração todos os tipos de veículos, esse número, em Fortaleza, é de 818.711, o 6º maior entre as capitais brasileiras.

Rendimento

“O gás LP tem um rendimento superior em 15% se comparado com o óleo BPF. E não necessita pré-aquecimento”. Mário Wellington Terazzo, Gerente de relacionamento da Nacional Gás

“Essa técnica está se tornando a mais comum, graças a um trabalho de parceria entre a Nacional Gás e a Unifor há 10 anos”. Roberto Menescal, Coordenador do NTC da Unifor

Entenda como funciona o processo

O asfalto utilizado em ruas e rodovias de cidades como Fortaleza resulta de misturas compostas pelo asfalto derivado do petróleo (5%) e pedras (95%). Na temperatura ambiente o asfalto é duro. Por isso é preciso aquecê-lo para fazer a mistura destes componentes. As pedras também são aquecidas para a manutenção da temperatura e para a retirada da água residual. Por ser derivado do petróleo, o asfalto é um material que amolece e gruda quando chega à temperatura de 50 ºC. Mas quando esfria, essa mistura fica bem dura e gruda no que está ao seu redor. A média de vida do pavimento é de, no máximo, 30 anos, se ele possuir aditivos químicos ou pedaços de pneus velhos para complementar. Algumas vias são revestidas de concreto e não de asfalto. Nesses casos, é montada uma malha com cabos de aço, sobre a qual é depositado o concreto. A vantagem do concreto é de que ele é mais resistente do que o asfalto, sendo vantajoso em vias com tráfego pesado. A desvantagem é que ele é mais caro, sendo, assim, menos economicamente viável.

Fonte: Diário do Nordeste